O edifício que abriga as salas Corpo e Movimento faz parte de um conjunto de blocos construídos ao longo da década de 1950 na fase de consolidação e expansão do Colégio Santa Maria, fundado no final da década de 1940, na zona Sul da cidade de São Paulo.

 

O bloco objeto da intervenção está organizado em dois pavimentos: na parte superior está a capela da escola e, na parte inferior, os espaços já foram utilizados para práticas esportivas, por setores administrativos, financeiros e atualmente abrigavam de forma transitória, as aulas extracurriculares de música, dança e lutas.

 

Foi proposta uma reforma ampla de modernização para abrigar salas multiuso com atividades relacionadas ao corpo e movimento. A infraestrutura deveria receber pequenas apresentações, abrigar reuniões de pais/responsáveis pelos alunos e ainda, reuniões de setores pedagógicos da escola. 

 

O acesso foi reformulado para a reorganização do fluxo de entrada com a criação de um hall de distribuição, que além de armazenar pertences dos alunos, permite o acesso de forma individualizada para as salas de aula e ambientes de apoio.

 

O programa foi dividido em duas salas principais: uma para ensino e prática da dança e outra para artes marciais e luta. Foram contempladas áreas de apoio para guarda de equipamentos e materiais e vestiários. 

 

Flexibilidade de uso, renovação do espaço de forma contemporânea e otimização do uso de ar-condicionado e iluminação artificial foram as premissas para a adoção das soluções de projeto. 

 

A infraestrutura de iluminação artificial é composta por calhas metálicas organizadas em malha junto a laje, e são o suporte de diferentes sistemas de iluminação: luz para uso diário com luminárias técnicas de luz fria e luz cênica com spots direcionáveis de luz quente para apresentação e eventos. Para os equipamentos de áudio e vídeo, há um sistema independente de calha que abriga equipamentos de som e projetor de imagens, proporcionando flexibilidade de cenários, objetos artísticos e pedagógicos. 

 

A ambientação foi pensada com o uso de cores e texturas que envolvem os espaços. Cada sala de aula tem uma cor escolhida para complementar a materialidade dos tijolos de barro existente na edificação e compor uma paleta harmoniosa com o conjunto existente. Os limites entre as cores traçam uma linha ao longo de todo espaço, reforçada pelos suportes das cortinas, que remetem aos espaços cênicos dos teatros. 

 

Para proporcionar maior conforto visual e térmico no interior da edificação, as aberturas das janelas e portas foram ampliadas, contribuindo para a otimização do uso de ventilação mecânica e iluminação artificial.